quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Possibilidades de cooperação acadêmica Brasil-Índia



O Brasil e a Índia fazem parte do grupo de países conhecido como BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que têm se destacado nos últimos anos pela importância econômica auferida em escala global. Apesar desse ponto em comum, as relações bilaterais entre esses países ainda é bastante tímida, principalmente quando analisadas pelo ponto de vista acadêmico.

Para tentar romper essas barreiras e desencadear o desenvolvimento mútuo, o governo brasileiro, por meio do Itamaraty e do Ministério da Educação, organizou uma comitiva acadêmica com o objetivo de prospectar oportunidades de interação entre universidades brasileiras e indianas. A comitiva foi composta por 11 pessoas, entre representantes do MEC, do Itamaraty, do Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras (GCUB), além de Reitores, Vice-Reitores e professores de universidades brasileiras. Essa comitiva contou com o apoio da Embaixada da Índia no Brasil.

Entre os dias 26/11 e 07/12/2011, visitamos inúmeras instituições de ensino, pesquisa e empresas na Índia. Passamos por três cidades: Delhi, a capital indiana; Bangalore, conhecida como o ‘vale do Silício indiano’, devido à quantidade de empresas de TI que lá estão instaladas; e Mumbai, a maior cidade indiana. Um relato detalhado sobre as instituições visitadas pode ser encontrado abaixo.

Um dos fatores que mais nos surpreendeu foi a pequena quantidade de brasileiros que residem na Índia. Apesar de ser o segundo pais mais populoso do mundo, com cerca de 1,2 bilhões de habitantes, a Índia conta com somente algumas centenas de cidadãos brasileiros residindo lá. A população flutuante é um pouco maior, principalmente porque as indústrias brasileiras já descobriram o grande potencial desse país. Em nossos vôos encontramos inúmeros brasileiros indo à Índia a trabalho, enviados por grandes empresas nacionais e multinacionais.

As duas maiores dificuldades com relação à interação acadêmica entre instituições indianas e brasileiras são a distância entre os dois países e a diferença cultural. O primeiro obstáculo é óbvio e intransponível, afinal, não podemos diminuir a distância geográfica. Podemos, entretanto, utilizar modernos meios de comunicação para organizar debates, consultas e teleconferências. O segundo problema depende de cada indivíduo. A Índia possui religião diferente, culinária diferente, estrutura social diferente. Apesar disso, alguns valores intrínsecos ao povo indiano podem favorecer o convívio: são pessoas de fácil trato, amigáveis e com uma forte base familiar, semelhante ao que ocorre no Brasil. Um ponto muito positivo, que facilita muito a interação, é o fato do idioma oficial acadêmico ser o inglês, inclusive para aulas de graduação.

Do ponto de vista de cursos de graduação, a Índia possui excelentes universidades, que figuram, inclusive, nos rankings de melhores instituições do mundo. Há escolas de excelência em campos específicos, como os IIT’s (Indian Institute of Technology), com um número limitado de alunos, que formam alguns dos melhores engenheiros e cientistas do mundo. Há também universidades maiores, abrangendo todas as áreas do conhecimento, como a University of Mumbai, que possui mais de 500.000 alunos. Uma lista das universidades visitadas pode ser encontrada ao final deste texto.

No que tange à pesquisa científica, há instituições de grande destaque que manifestaram interesse em colaborações bilaterais. Os IIS (Indian Institute of Science) possuem pesquisadores de renome internacional, que produzem ciência de alto nível. Possuem equipamentos de última geração, elevando-os a um patamar de competitividade invejável. Em um dos laboratórios visitados, observamos dois equipamentos de MBE (molecular beam epitaxy) dedicados exclusivamente ao crescimento de cristais de GaN, um importante material para a indústria de dispositivos semicondutores.

Ao final da missão, concluímos que o Brasil e a Índia têm muito a ganhar em interações e colaborações mútuas. Há muito espaço na Índia para que pesquisadores e professores brasileiros cooperem, por meio de intercâmbios de curta e média duração. Da mesma forma, caso haja interação entre grupos de pesquisa dos dois países, alunos de pós-graduação também poderiam enriquecer muito sua cultura e experiência por meio de estágios ”sanduíche”.

Uma questão um pouco mais difícil, mas que promete preciosos frutos, é a mobilidade de estudantes de graduação. O Brasil ainda engatinha nesse quesito, mas o programa Ciência sem Fronteiras pretende mudar essa realidade. Estima-se que a Índia tenha hoje doze vezes mais jovens estudantes em universidades americanas do que o Brasil, o que demonstra que na Índia a internacionalização já é uma realidade.

Apesar da diferença cultural, o Brasil e a Índia têm muitos pontos em comum, e a cooperação acadêmica certamente renderá muitos frutos. Sugerimos que pesquisadores estabelecidos entrem em contato com grupos indianos para buscar novas colaborações, e que procurem enviar seus estudantes de pós-graduação para estágios. No caso de alunos de graduação, esperamos que num futuro próximo tenhamos editais específicos nessa direção, inclusive dentro do programa Ciência sem Fronteiras.

Anexo I:
Relato oficial da missão (elaborado pelo Itamaraty):
Realizou-se entre os dias 28 de novembro e 6 de dezembro missão na área educacional, integrada por representante do Ministério da Educação, reitores, vice-reitores e professores de oito universidades brasileiras e pela Chefe da DCE.

2.A delegação cumpriu extensa agenda em Nova Delhi, Bangalore e Mumbai, conforme relato a seguir.

3.Em Nova Delhi, a delegação reuniu-se com a Sra. Vibha Puri Das, Secretária-Executiva do Departamento de Educação Superior do "Ministry of Human Resources Development". A Sra. Puri Das e sua equipe mostraram interesse em aprofundar a cooperação educacional com o Brasil. Para tanto, foi citada a vigência do "Programa de Intercâmbio sobre Cooperação na Área de Educação", firmado em 2006 entre os dois países e, sob seu amparo, a implementação do Programa Ciência sem Fronteiras (CsF) com a Índia. A Sra. Puri Das destacou que o CsF coincide com o 12º plano quinquenal do Governo indiano para a Educação (vigência para o período 2012-2017) pois tem como foco justamente a "internacionalização", por meio da consolidação de antigas parcerias e do estabelecimento de novas.

4.Na sede da Educational Consultants India Limited (EdCIL), a delegação brasileira foi recebida pela Diretora da instituição, Sra. Anju Banerjee. Em apresentação sobre as funções da EdCIL, a Sra. Banerjee destacou que a empresa foi estabelecida em 1981 e que possui larga experiência tendo feito o "placement" de estudantes de cerca de 30 países. A EdCIL, que cobra por seus serviços (cerca de US$ 250/estudante ao ano), colocou-se à disposição para firmar Memorando de Entendimento com eventuais contrapartes brasileiras (como CAPES ou CNPq), com vistas a concretizar a cooperação acadêmica pretendida no âmbito do CsF. A Diretora lembrou, ainda, que a EdCIL poderia auxiliar na análise para equiparação de currículos ou na elaboração de currículos e disciplinas para atender a demandas brasileiras específicas. A delegação, por sua vez, procedeu à apresentação do CsF e demonstrou interesse em programa indiano de incentivo à pesquisa acadêmica dirigida desde a graduação. Constatou-se que o Brasil poder-se-ia beneficiar de contato futuro com a EdCIL, com vistas a facilitar o "placement" e a correspondência de currículos na cooperação acadêmica com a Índia.

5.Foi visitado o "Indian Institute of Technology - Delhi" (IIT-Delhi), centro de ensino de grande prestígio, que mantém sedes nas maiores cidades do país. Entre as áreas de excelência do IIT-Delhi destacam-se as engenharias e a tecnologia de têxteis. Em reunião com o Diretor do IIT, Professor M. Balakrishnan, foi sugerido que a cooperação se iniciasse com o intercâmbio de cinco pesquisadores brasileiros (PhD`s) e três indianos. A iniciativa precederia eventual assinatura de acordo entre o IIT-Delhi e instituições brasileiras.

6.A Universidade de Delhi, na qual estudam aproximadamente 80.000 alunos em seus vários campi, mostrou interesse em receber Professor Visitante e dispôs-se a isentar eventuais intercambistas brasileiros das taxas acadêmicas. A cooperação poderia ter início com assinatura de Carta de Intenções, na qual constassem as áreas de interesse, os níveis acadêmicos e as formas de interação com a indústria. As aulas teriam início em julho de 2012.

7.A Universidade Jawaharlal Nehru, criada em 1966, prioriza os programas de pós-graduação e pesquisa, com destaque para as áreas de nanotecnologia e medicina molecular. Há interesse da instituição em receber alunos brasileiros no âmbito do CsF, bem como em enviar estudantes das áreas de ciências biológicas para o Brasil.

8.No "International Centre for Genetic Engineering and Biotechnology" (ICGEB), foi proposta a realização de seminário Brasil-Índia, com a participação da FIOCRUZ, nas áreas de tuberculose, malária e dengue, como iniciativa de aproximação entre o corpo científico e acadêmico de ambos os países. O ICGEB assinalou que não seria necessária a firma de MoU para o intercâmbio de professores e alunos. Há interesse em programas conjuntos de pesquisa, especialmente na área de saúde.

9.Em Bangalore, a delegação manteve encontros com representantes da Infosys, da Universidade de Manipal, do "Indian Institute of Science-Bangalore", do "National Aerospace Laboratories", do Instituto Reva e com o Professor C.N.R Rao, Conselheiro do Primeiro-Ministro para assuntos científicos e tecnológicos.

10.A Infosys é uma empresa indiana com excelência em programas de treinamento para grupos nas áreas de tecnologia de informação, softwares e "cloud computing". A instituição já mantém convênios com quatro entidades brasileiras: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade de São Paulo (USP), Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Fundação Dom Cabral. Com moderna infraestrutura, a Infosys tem capacidade para manter até 30.000 pessoas em treinamento no campus. O principal resultado da reunião foi a perspectiva de que a Infosys receba, para estágio, de 50 a 100 alunos brasileiros participantes do CsF. É importante notar que a Infosys não concede títulos acadêmicos ("degree granting").

11.Os representantes da Universidade de Manipal receberam a delegação em hotel, já que o principal campus está na cidade de Manipal. A Instituição tem excelência nas ciências médicas e possui unidades em Antígua e Barbuda, Nepal, Malásia e Dubai. Atualmente, 2.200 alunos estrangeiros, de 52 países, estudam na universidade, que abriga a "melhor biblioteca de ciências da saúde da Ásia".

12.O "Indian Institute of Science-Bangalore" é uma instituição "industry oriented", que só oferece cursos de pós-graduação, com ênfase nas áreas de engenharias, nanotecnologia, ciências da Terra, matemática e física. Haveria interesse em desenvolver projetos conjuntos de pesquisa com as instituições brasileiras, bem como em receber estudantes e pesquisadores para cursos de curta duração, a exemplo dos "Summer Research Programmes", de 6 meses.

13.O "National Aerospace Laboratories" (NAL) é uma instituição de pesquisa aeroespacial e desenvolvimento tecnológico vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. O NAL tem interesse em expandir a cooperação internacional em aeronáutica civil e poderia estabelecer parcerias com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), com a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) e com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Durante a reunião estabeleceu-se contato entre a NAL e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) para cooperação no campo de energia eólica.

14.O Reva Institute está diretamente ligado à EdCIL e fez apresentação das instituições que o compõem. O instituto oferece curso de inglês para estrangeiros e mantém bem-sucedido programa de pesquisa com universidades da Espanha e de La Plata, na Argentina.

15.A delegação foi recebida pelo Professor C.N.R. Rao, reconhecido cientista indiano, condecorado pela Ordem do Rio Branco. O Dr. Rao expressou satisfação pelos progressos havidos no âmbito do Conselho Científico Brasil-Índia, co-presidido por ele e pelo Dr. Jacob Palis, da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Nesse sentido, sugeriu a criação de Conselho semelhante voltado à cooperação educacional. A sugestão foi apresentada durante a V Reunião da COMISTA Brasil-Índia. Os indianos foram convidados para a primeira reunião do referido Conselho, que passará a ser chamado Grupo de Trabalho de Educação, por sugestão brasileira. O encontro está previsto para fevereiro de 2012.

16.Em Mumbai, a delegação visitou o Indian Institute of Technology-Bombay (IIT-Bombay) e a Universidade de Mumbai.

17.O IIT-Bombay é a instituição indiana com melhor colocação em rankings internacionais. Dos 8.000 alunos do Instituto, 5.000 freqüentam cursos de pós-graduação. Todos residem no campus, que conta com incubadoras e centros de pesquisa. O IIT-Bombay destaca-se pela excelência em engenharias, pesquisas fotovoltaicas e pela intensa colaboração com a indústria. Por ano, o Instituto registra de 35 a 40 patentes e produz cerca de 1.100 publicações. Nos últimos anos, o IIT tem desenvolvido, ainda, tecnologias apropriadas para áreas rurais.

18.O IIT-Bombay promove anualmente o "Techfest", maior festival de ciência e tecnologia da Ásia. A delegação brasileira foi convidada para participar do evento, entre 6 e 8 de janeiro de 2012, ocasião em que alunos e professores poderiam apresentar trabalhos, sobretudo na área de robótica. A UFMG e a UFRN deverão enviar representantes para o Techfest.

19.Por fim, a Universidade de Mumbai, mais antiga Instituição de Ensino Superior do país, mostrou interesse em receber estudantes de pós-graduação. É dedicada à pesquisa e tem excelência em nanotecnologia. A cooperação acadêmica com o Brasil poderia ter início com negociação de MoU que estabelecesse áreas específicas de estudo e pesquisa conjuntos.

20.Avalio positivamente a missão e entendo ter sido este o primeiro passo para uma produtiva cooperação acadêmica entre os dois países. A delegação foi recebida com muito interesse por todas as instituições e manifestou preferência em iniciar colaboração em pós-graduação, sobretudo com os institutos indianos de ciência e tecnologia."

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Perguntas e respostas sobre Bacharelados Interdisciplinares

Recebi um e-mail de alguns alunos, que diziam estar fazendo seu trabalho final da disciplina de Estrutura e Dinâmica Social. O e-mail era assinado por dois alunos, mas foi enviado de um e-mail do qual não é possível garantir a procedência. Tal e-mail foi enviado a diversos colegas dirigentes, como pró-reitores e diretores.

O e-mail trazia seis perguntas sobre os bacharelados interdisciplinares da UFABC. Creio que tais perguntas possam passar pela cabeça de muitos de nossos colegas e, por isso, reproduzo abaixo as perguntas com as minhas respostas.

1) Qual a sua opinião sobre a validade da proposta interdisciplinar da UFABC? Por exemplo: Acha importante que um aluno de Engenharia Aeroespacial tenha como disciplina obrigatória Transformações dos Seres Vivos e Meio Ambiente?

R: A proposta interdisciplinar da UFABC é, sem dúvida alguma, totalmente válida. Trata-se do mais avançado projeto educacional vigente no Brasil, e acredito plenamente em seu sucesso. Uma das principais ideias de se cursar um amplo leque de disciplinas durante os anos iniciais do BCT é dar ao aluno um conhecimento amplo sobre diversas áreas, de forma a ajudá-lo a escolher melhor sua profissão futura. Tenho plena convicção de que estudar "Transformações dos Seres Vivos e Meio Ambiente" não fará mal algum ao Engenheiro Aeroespacial. Bem pelo contrário. Isso o ajudará a interagir melhor com outros segmentos durante sua carreira profissional.

2) Acha correto que as disciplinas possuam o mesmo peso em créditos para alunos de cursos discrepantes? Por exemplo, acha que um aluno de Ciência da Computação deve ser punido por ter um ruim desempenho em Transformações Químicas do mesmo jeito que um aluno cursando um Bacharelado em Química?

R. Sim. Todos os alunos devem ter a mesma avaliação. Deve ser notado que a UFABC leva em conta a aderência dos alunos com cada área. Permitimos que o aluno com desempenho inadequado seja promovido. Essa é a idéia do conceito D. O aluno que quer fazer Ciência da Computação pode tirar D em TQ e irá poder prosseguir no curso mesmo assim. Não permitimos, entretanto, que os alunos tirem muitos D's. Mesmo indo muito mal em algumas disciplinas (de preferência aquelas mais 'distantes' de sua carreira), ele poderá prosseguir seu curso sem percalços.

3) Acha que é sábio para uma universidade tão nova como a UFABC adotar um programa não tão convencional? Por quê?

R. Sim!!!! A única chance de implementar um projeto como o da UFABC é através da criação de uma nova universidade. Não seria possível fazer isso em uma universidade antiga, dada a inércia destas com relação às mudanças. A UFABC foi criada para esse projeto, e esse projeto foi criado para a UFABC.

4) Como você acha que a UFABC é vista por uma universidade tradicional bem respeitada?

R. Tenho certeza, baseado em conversas com dirigentes de outras instituições, que a UFABC é bem vista. A UFABC é tida como modelo para outras instituições. Hoje temos cerca de 14 outras Universidades Federais que estão adotando o modelo da UFABC. Além disso, a Escola Politécnica da USP, uma das melhores escolas de Engenharia do País, recentemente convidou nosso Reitor para fazer parte de um Grupo de Trabalho cujo objetivo era reestruturar os cursos da Poli. A proposta inicial deles era parecida com a proposta da UFABC.

5) Como você acha que um aluno formado na UFABC é visto no mercado de trabalho em relação à um aluno formado em uma universidade tradicional, com uma proposta não interdisciplinar?

R. Ainda temos poucos formandos para ter uma boa estatística. Mas já tive acesso a casos de muito sucesso. No que tange os estágios, temos tido bastante sucesso com relação à procura por nossos alunos. Acredito que o mercado de trabalho verá nossos alunos como de igual capacidade dos demais, mas com uma visão mais ampla dos problemas que enfrentará pela frente.

6) Qual sua opinião quanto ao fato de um aluno que pretendia apenas cursar engenharia obter um diploma em ciência e tecnologia além do diploma da engenharia pretendida? Acha que desvaloriza ou valoriza o aluno como engenheiro?

R. Certamente valoriza. Não acredito que um diploma extra poderá desvalorizar um engenheiro.

sábado, 28 de maio de 2011

A UFABC Multicâmpus


A Lei de criação d a U F A B C (11.145/2005) estabelece que sua inserção regional será caracterizada por meio de “atuação multicampi na região do ABC paulista”. Hoje, nossa sede é situada em Santo André, onde está a maior parte de nossa comunidade, e nosso segundo câmpus está sendo edificado em São Bernardo do Campo (SBC).

À medida que as obras em SBC evoluem, gradativamente atuamos de modo mais constante neste câmpus. É preciso garantir que tenha vida acadêmica própria, por meio da construção cotidiana de uma instituição comprometida com os mais altos valores acadêmicos pautados pelo ensino, pesquisa e extensão. É imperativo, também, preservar os princípios do nosso projeto pedagógico, principalmente a atuação interdisciplinar entre alunos, servidores, cursos e centros.

A configuração da UFABC não deve, necessariamente, seguir os conceitos adotados por outras instituições multicâmpus, visto que estamos localizados numa região relativamente pequena, em que a distância entre os câmpus é inferior a 10 km. Como esta é uma questão complexa, foi criado um grupo de trabalho para discuti-la. Este grupo já apresentou suas conclusões à Reitoria e ficou claro que, para que sejam tomadas decisões, faz-se mister uma ampla discussão com a comunidade. Para isso, e por ocasião das comemorações pelos 5 anos da UFABC, serão realizadas duas apresentações sobre o tema, nos dias 24 e 26 de maio. Contamos com a participação de todos os servidores e alunos.