quinta-feira, 10 de maio de 2012

Subsídios para a reforma da educação superior


Em novembro de 2004, a Academia Brasileira de Ciências lançou declaração propondo subsídios básicos para uma reforma da educação superior no Brasil. Esse documento baseou-se no Manifesto de Angra, assinado por alguns dos mais destacados intelectuais brasileiros.

À época, considerou-se que o modelo adotado pelas universidades brasileiras era ultrapassado e uma reforma era urgente. A situação reportada ainda persiste, uma vez que as principais diretrizes do modelo universitário brasileiro na maioria das instituições são as mesmas há várias décadas.

Entre os principais conceitos propostos, estava o ingresso em três grandes áreas e cursos compostos por ciclos curtos. As áreas são: Ciências Básicas e Engenharia; Ciências da Vida; e Humanidades, Artes e Ciências Sociais. Outro fundamento é a construção de cursos com perfis interdisciplinares, visto que apenas os profissionais com formação científica sólida e interdisciplinar são capazes de se adaptar eficientemente às exigências do mercado de trabalho. Mencionava, também, entre diversos outros pontos, a inclusão social e a defesa da Universidade pública e de qualidade.

O documento também reporta a necessidade de valorização dos princípios acadêmicos nas universidades, baseada na avaliação do mérito por comissões de pares. O financiamento deve ser prioritariamente público, mas também devem ser buscadas fontes alternativas, e a autonomia acadêmica e financeira deve ser perseguida caso a caso.

Muitos dos fundamentos discutidos em 2004 foram implementados por meio da criação da UFABC, como no caso dos bacharelados interdisciplinares e da ausência de departamentos. Ao analisar esse documento vemos, entretanto, que a maioria dos princípios fundamentais da reforma proposta ainda precisam ser perseguidos. A UFABC é, certamente, a Universidade Federal com maior potencial para realizar esses ideais.