terça-feira, 9 de agosto de 2011

Perguntas e respostas sobre Bacharelados Interdisciplinares

Recebi um e-mail de alguns alunos, que diziam estar fazendo seu trabalho final da disciplina de Estrutura e Dinâmica Social. O e-mail era assinado por dois alunos, mas foi enviado de um e-mail do qual não é possível garantir a procedência. Tal e-mail foi enviado a diversos colegas dirigentes, como pró-reitores e diretores.

O e-mail trazia seis perguntas sobre os bacharelados interdisciplinares da UFABC. Creio que tais perguntas possam passar pela cabeça de muitos de nossos colegas e, por isso, reproduzo abaixo as perguntas com as minhas respostas.

1) Qual a sua opinião sobre a validade da proposta interdisciplinar da UFABC? Por exemplo: Acha importante que um aluno de Engenharia Aeroespacial tenha como disciplina obrigatória Transformações dos Seres Vivos e Meio Ambiente?

R: A proposta interdisciplinar da UFABC é, sem dúvida alguma, totalmente válida. Trata-se do mais avançado projeto educacional vigente no Brasil, e acredito plenamente em seu sucesso. Uma das principais ideias de se cursar um amplo leque de disciplinas durante os anos iniciais do BCT é dar ao aluno um conhecimento amplo sobre diversas áreas, de forma a ajudá-lo a escolher melhor sua profissão futura. Tenho plena convicção de que estudar "Transformações dos Seres Vivos e Meio Ambiente" não fará mal algum ao Engenheiro Aeroespacial. Bem pelo contrário. Isso o ajudará a interagir melhor com outros segmentos durante sua carreira profissional.

2) Acha correto que as disciplinas possuam o mesmo peso em créditos para alunos de cursos discrepantes? Por exemplo, acha que um aluno de Ciência da Computação deve ser punido por ter um ruim desempenho em Transformações Químicas do mesmo jeito que um aluno cursando um Bacharelado em Química?

R. Sim. Todos os alunos devem ter a mesma avaliação. Deve ser notado que a UFABC leva em conta a aderência dos alunos com cada área. Permitimos que o aluno com desempenho inadequado seja promovido. Essa é a idéia do conceito D. O aluno que quer fazer Ciência da Computação pode tirar D em TQ e irá poder prosseguir no curso mesmo assim. Não permitimos, entretanto, que os alunos tirem muitos D's. Mesmo indo muito mal em algumas disciplinas (de preferência aquelas mais 'distantes' de sua carreira), ele poderá prosseguir seu curso sem percalços.

3) Acha que é sábio para uma universidade tão nova como a UFABC adotar um programa não tão convencional? Por quê?

R. Sim!!!! A única chance de implementar um projeto como o da UFABC é através da criação de uma nova universidade. Não seria possível fazer isso em uma universidade antiga, dada a inércia destas com relação às mudanças. A UFABC foi criada para esse projeto, e esse projeto foi criado para a UFABC.

4) Como você acha que a UFABC é vista por uma universidade tradicional bem respeitada?

R. Tenho certeza, baseado em conversas com dirigentes de outras instituições, que a UFABC é bem vista. A UFABC é tida como modelo para outras instituições. Hoje temos cerca de 14 outras Universidades Federais que estão adotando o modelo da UFABC. Além disso, a Escola Politécnica da USP, uma das melhores escolas de Engenharia do País, recentemente convidou nosso Reitor para fazer parte de um Grupo de Trabalho cujo objetivo era reestruturar os cursos da Poli. A proposta inicial deles era parecida com a proposta da UFABC.

5) Como você acha que um aluno formado na UFABC é visto no mercado de trabalho em relação à um aluno formado em uma universidade tradicional, com uma proposta não interdisciplinar?

R. Ainda temos poucos formandos para ter uma boa estatística. Mas já tive acesso a casos de muito sucesso. No que tange os estágios, temos tido bastante sucesso com relação à procura por nossos alunos. Acredito que o mercado de trabalho verá nossos alunos como de igual capacidade dos demais, mas com uma visão mais ampla dos problemas que enfrentará pela frente.

6) Qual sua opinião quanto ao fato de um aluno que pretendia apenas cursar engenharia obter um diploma em ciência e tecnologia além do diploma da engenharia pretendida? Acha que desvaloriza ou valoriza o aluno como engenheiro?

R. Certamente valoriza. Não acredito que um diploma extra poderá desvalorizar um engenheiro.

sábado, 28 de maio de 2011

A UFABC Multicâmpus


A Lei de criação d a U F A B C (11.145/2005) estabelece que sua inserção regional será caracterizada por meio de “atuação multicampi na região do ABC paulista”. Hoje, nossa sede é situada em Santo André, onde está a maior parte de nossa comunidade, e nosso segundo câmpus está sendo edificado em São Bernardo do Campo (SBC).

À medida que as obras em SBC evoluem, gradativamente atuamos de modo mais constante neste câmpus. É preciso garantir que tenha vida acadêmica própria, por meio da construção cotidiana de uma instituição comprometida com os mais altos valores acadêmicos pautados pelo ensino, pesquisa e extensão. É imperativo, também, preservar os princípios do nosso projeto pedagógico, principalmente a atuação interdisciplinar entre alunos, servidores, cursos e centros.

A configuração da UFABC não deve, necessariamente, seguir os conceitos adotados por outras instituições multicâmpus, visto que estamos localizados numa região relativamente pequena, em que a distância entre os câmpus é inferior a 10 km. Como esta é uma questão complexa, foi criado um grupo de trabalho para discuti-la. Este grupo já apresentou suas conclusões à Reitoria e ficou claro que, para que sejam tomadas decisões, faz-se mister uma ampla discussão com a comunidade. Para isso, e por ocasião das comemorações pelos 5 anos da UFABC, serão realizadas duas apresentações sobre o tema, nos dias 24 e 26 de maio. Contamos com a participação de todos os servidores e alunos.

sábado, 30 de outubro de 2010

EM BUSCA DE LICENCIADOS

O Brasil enfrenta hoje um sério problema no ensino fundamental e no ensino médio. Faltam profes- sores de quase todas as disciplinas, e grande parte dos alunos não recebe uma formação adequada. Vimos, nos últimos anos, uma melhora sem precedentes no ensino superior, mas os níveis mais fundamentais ainda precisam ser melhor trabalhados.


A solução para essa questão depende de ações governamentais e trabalhistas para valorizar a carreira do magistério. Além disso, a Academia também deve discutir esse tema e buscar propostas alternativas para a área. A UFABC possui cinco cursos de licenciatura e, portanto, pode ajudar formando professores bem preparados para o mercado.


Ocorre, entretanto, que a busca pelos cursos de licenciatura da UFABC ainda é muito limitada. Possuímos projetos de incentivo a alunos de licenciatura, mas enfren- tamos dificuldades em preencher as vagas para as bolsas disponíveis.


O modelo pedagógico da UFABC pode ajudar a resolver esse impasse. Permitimos que nossos alunos se formem em mais de um curso, validando disciplinas já cursadas. Isso potencializa, portanto, um aumento do número de interessados nas licenciaturas. O incentivo a esse tipo de ação, junto a outras ações propostas pela nossa comunidade, certamente ajudará a melhorar a qualidade do ensino no país.